1 de dez. de 2014

Das crises de ansiedade

Eu sei que está prestes a acontecer quando as mãos começam a suar. Geralmente é início da madrugada. Ou qualquer outro momento onde sou obrigada a ficar sozinha com os meus pensamentos. E aí eles assumem o controle.

Eu chacoalho a cabeça repetidas vezes numa tentativa frustrada de manda-los para longe de mim. Mas eles nunca vão. Entrelaçam os tentáculos imundos na minha mente e se dissipam pelo resto do corpo.

E os sintomas começam. As mãos já estão ensopadas, o coração dispara de um jeito dolorido, a cabeça lateja a marteladas. Eu aperto as unhas contra a mão fechada na esperança de que a dor da carne perfurada faça a outra desaparecer. Não adianta. Nada adianta.
Dormir já é um sonho distante. Eu abro todos os livros da estante até que um deles prenda a minha atenção. Funciona por uns 10 minutos, até o polvo voltar e apertar seus malditos tentáculos para me provar que toda tentativa é inútil.

Eu tento desmanchar o nó da garganta engolindo 1 litro da bebida mais forte que eu encontro. Ainda assim ele persiste. Respirar dói. Pensar dói mais ainda. E eu penso em tudo. Tudo o que eu me esforço de maneira absurda para não lembrar ao longo do dia vem agora em flashes intensos. Só posso captar, digerir, processar. Volto aos paliativos. É um ciclo vicioso.
Ando por cada canto desse quarto abafado como se isso fosse me levar a algum lugar. Não chego a lugar nenhum. Uma olhada pela janela e o dia já começa a clarear. Acabou. Mais uma noite não dormida, mas pelo menos agora a agonia teve fim. Agora eu tenho barulho o suficiente para que os pensamentos não sobressaiam. Não é?

Um banho cura tudo. E eu passo o dia me preparando psicologicamente para a batalha da noite seguinte.

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