30 de mar. de 2011

Eu...Maria Clara


Eu me chamo Maria Clara.
Maria ou Clara, é a mesma coisa.
Quando eu sonho com meus erros, é a Clara quem sangra.
Quando eu estico a língua tenho um louco ataque de risos. Tão louco quanto um fenômeno.
Eu me chamo Maria Clara.
Maria da vida, Maria de amor diluvial.
Não é minha culpa.
E se eu quiser sair? Eu vejo os outros prontos para se jogarem sobre mim.
Não é só minha culpa se eu escuto tudo ao meu redor.
"Olá, você é uma (...)"
Uma inexperiente colegial com meias azuis de metileno.
Meu nome é Maria Clara.
Bem temperada e não. Sou metade algodão, metade lã.
A boca silenciosa não diz a mãe que eu sou. Eu sou um fenômeno.
Me chamo Maria Clara.
Maria da vida, Maria de amor diluvial.
"Olá, você é uma (...)"
Eu, Maria Clara.


21 de mar. de 2011

Amargos deletérios

Eu sabia que seria assim, mas fiz questão que acontecesse. Meus olhos treinados já estavam preparados para o reencontro. Me ater às paredes, janelas e louças! Sempre evitando seus olhos furtivos, é a única solução para não me trair. Dissipar os pensamentos, engolir as frases e te xingar só para mim. A porra da raiva esconde o amor, e o meu talento para a simulação esconde a raiva. Na minha mente, eu espanco ela. Achato a criatura achatada, mais do que a natureza já fez. Que alívio! Pra você, não consigo pensar em nada que seja ruim o bastante. Te brindo com o meu desprezo e com a minha indiferença. Ainda que seja difícil para mim, sei que te atinge.
Agora sim, que satisfação!

13 de mar. de 2011

Samba do grande amor

Hoje eu tenho apenas
Uma pedra no meu peito
Exijo respeito
Não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor
Mentira



(Chico Buarque)