29 de abr. de 2010

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Já sonhei nossa roda gigante, esconde-esconde em você
Já avisei todo ser da noite que eu vou cuidar de você
Vou contar histórias dos dias depois de amanhã
Vou guardar tuas cores, tua primeira blusa de lã

Menina vou te guardar comigo
Menina vou te guardar comigo

Teu sorriso eu vou deixar na estante para eu ter um dia melhor
Tua água eu vou buscar na fonte teu passo eu já sei de cor
Sei nosso primeiro abraço, sei nossa primeira dor
Sei tua manhã mais bonita, nossa casinha de cobertor

Menina vou te casar comigo
Menina vou te casar comigo...Vou te guardar comigo

Sou teu gesto lindo
Sou teus pés
Sou quem olha você dormindo

Ô menina guardo você comigo
Menina guardo você comigo

Nosso canto será o mais bonito Mi Fá Sol Lápis de cor
Nossa pausa será o nosso grito que a natureza mostrou
A gente é tão pequeno, gigante no coração
Quando a noite traz sereno a gente dorme num só colchão

Menina vou te sonhar comigo
Menina vou te sonhar comigo

Sou teu gesto lindo
Sou teus pés
Sou quem olha você dormindo

Ô Menina guardo você comigo



- O Teatro Mágico

28 de abr. de 2010

Alice?


Por mais que eu deteste modinhas, eu tenho que confessar que essa última me foi bem útil. Todo esse frenesi por conta do filme de Tim Burton, Alice no País das Maravilhas, me fez resgatar da infância esta personagem e esta história que eu tanto gostava, e ainda gosto.
Eu me lembro que quando eu era criança, eu costumava assistir ao desenho sempre que eu podia. Eu não sabia o porquê, mas por algum motivo aquele era o meu desenho favorito. Dizem que a história em si é toda uma grande metáfora, que faz referência à vida e a como nós a encaramos. Se é verdade ou não, eu não sei. Na minha época de criança eu não enxergava isso, era só um desenho divertido. Hoje eu entendo, e até concordo com a teoria acima.
Hoje, meu lado criança se fascina com as impossibilidades da história. As metáforas, os neologismos, a grande viagem que a história dá...tudo me encanta.
Por outro lado, meu lado “maduro” entende de onde vem esse fascínio; vem da minha identificação com a personagem. A Alice é sonhadora, tem tendência a fugir da realidade e fantasiá-la. Eu sei o quanto eu sofro por ser assim. Eu digo sofrer, porque dói quando a realidade não é igual ao sonho. Nós, os sonhadores, temos o péssimo hábito de criar expectativas. E por conta disso quase sempre acabamos frustrados, pois dificilmente a realidade é igual ao sonho.
Outra característica que eu compartilho com Alice é a curiosidade. Quem me conhece sabe o quanto eu sou curiosa, e eu sou muito mesmo. Eu conheço os meus limites, e sei até onde essa curiosidade pode chegar.
Se eu já me machuquei por saber demais? É claro que sim, e não foram poucas as vezes. Se eu me arrependo? Sinceramente, não. Eu aprendi a conviver com a necessidade de saber tudo, e tenho aprendido a tirar proveito disso. Quando eu acabo sabendo mais do que deveria ou até mesmo queria, eu tiro como lição para conseguir me impor limites.
Pessoalmente falando, eu tenho necessidade de visitar com freqüência o País das Maravilhas. Não que eu fuja da realidade, pelo contrário, eu estou bem a par dela. Mas quando essa realidade se torna chata e pesada, eu visito o País das Maravilhas. Lá as coisas não precisam ter sentido, e tudo pode acontecer exatamente como nos meus sonhos.
Eu te recomendo que visite o País das Maravilhas de vez em quando. Não que você vá criar moradia por lá, mas vale a pena visitar. Se você for, mande cumprimentos ao Chapeleiro Maluco de minha parte, ok?


22 de abr. de 2010

Você diz que o amor é um templo, que o amor é a lei maior
Você me pede para entrar, mas depois você me faz rastejar
Eu não posso me agarra ao que você tem, quando tudo o que você tem é dor.

19 de abr. de 2010

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Queria descobrir
Em 24hs tudo que você adora
Tudo que te faz sorrir
E num fim de semana
Tudo que você mais ama
E no prazo de um mês
Tudo que você já fez
É tanta coisa que eu não sei
Não sei se eu saberia
Chegar até o final do dia sem você
E até saber de cor
No fim desse semestre
O que mais te apetece
O que te cai melhor
Enfim eu saberia
365 noites bastariam
Pra me explicar por que
Como isso foi acontecer
Não sei se eu saberia
Chegar até o final do dia sem você
Por que em tão pouco tempo
Faz tanto tempo que eu te queria?


PS: a trilha da minha vida por agora.



17 de abr. de 2010

Crise de existência

A palavra "crescer" pode ter vários sentidos, tudo depende da maneira como ela é interpretada. No momento, "crescer" me remete a amadurecimento. Talvez seja porque eu estou passando por isso, ou talvez não.
Certa noite eu estava quase dormindo, mas quando abri os olhos e me deparei com a parede, um antigo pôster chamou minha atenção. Ele já estava lá há tanto tempo que eu mal lembrava dele.Era o pôster de um ator, que em certa fase da minha vida eu achei MARAVILHOSO, hoje em dia eu não o acho mais maravilhoso, ele continua bonito, mas isso não é motivo suficiente para ir para a parede do meu quarto.
No dia seguinte eu tirei o pôster da parede, e aproveitei para tirar os outros pôsteres dos meus ídolos da adolescência. Eu fiquei imaginando o por quê de eles terem perdido a graça pra mim, eles continuam tão bonitos quanto antes, mas agora falta alguma coisa.
Engraçado como eu mudei esse meu ponto de vista, eu parei de me interessar pelos "só bonitos" e comecei a gostar dos mais inteligentes, independente da aparência deles.
Eu também mudei algumas opniões, alguns conceitos e até mesmo alguns valores. Quando eu paro para analisar isso tudo eu me pergunto, será que eu estou amadurecendo? E sinceramente, eu acho que sim.
É como se eu estivesse subindo uma imensa escadaria, e já tivesse percorrido vários degraus, mas ainda faltam muitos degraus para subir. Em cada patamar eu ganho alguma experiência, e até chegar ao último eu já terei conhecido muito bem a escada, com todos os seus truques e atalhos.
As vezes me assusta pensar no futuro, pensar em ter que encarar as coisas por conta própria e ainda ter várias incertezas. Mas a vida seria muito chata se nós já soubessemos de tudo, não é?
Se esse crescimento continuar me trazendo amadurecimento tudo ficará no lugar, e os degraus das escadas não parecerão tão altos. E se forem altos eu terei os sapatos certos para escalar.

9 de abr. de 2010

Sobre um dia de sonhos

Sinto o vento, sinto o cheiro da chuva, sinto o frio na minha pele.
No corpo um velho agasalho, nos pés um par de pantufas e na caneca um café recémpassado.
Aconchego, é o que eu sinto agora.
Se eu pudesse montar um cenário, seria esse: a chuva batendo no telhado, uma cama quentinha, um cobertor grosso, uma caneca de café e você do meu lado. Nós conversariamos sobre coisas banais, como a moça faladeira que sentou do meu lado no ônibus, e também sobre coisas importantes como as notícias do jornal (deixando de lado as tragédias, pois não convém falar delas agora). Depois você me beijaria delicadamente, e nós adormeceríamos abraçados; os nossos corpos trocando calor, os teus pés aquecendo os meus e os meus pés aquecendo os teus.
Pela janela nós veríamos aquele imenso e famoso relógio, cartão postal dessa cidade chuvosa, ele seria a nossa única prova de que o tempo continua passando, embora dentro do nosso quarto ele esteja parado.

Mesmo com essa vista fascinante, a imagem que eu guardaria seria você dormindo. Os seus cabelos claros cairiam displiscentes pela testa, os seus olhos apertados com força (seria um sonho ruim?), a sua boca entreaberta e a respiração saindo levemente. Eu não resistiria, e beijaria bem de leve o seu queixo, a sua expressão se suavizaria e você, sorrindo, me puxaria para mais perto.
Aconchego, seria o que eu sentiria nesse momento.

PS: Porque as vezes, valorizar os pequenos momentos vale muito mais.

6 de abr. de 2010

A liberdade de não rotular

Ouvindo: Tiê - Assinado eu
Eu não tenho nem palavras para explicar a liberdade que eu sinto quando estou escrevendo, e é justamente por causa dessa liberdade que eu me sinto no direito de vir aqui e escrever esporadicamente, sem obrigação só diversão.
Foi assim, tentando me livrar dessa obrigação, que eu cheguei a conclusão que não sei conviver com os rótulos. Não gosto que me rotulem, mais do que isso não suporto que me rotulem, e por isso eu não sei responder perguntas sobre mim. Quando você rotula uma pessoa, você (ainda que sem querer) passa a vê-la como uma pessoa previsível, e começa a tentar adivinhar coisas sobre ela de acordo com aquilo que você pensa. Isso não é horrível? Mais que horrível, é péssimo.
Não me pergunte qual é o meu estilo, porque eu não sei responder. O que tem de errado em querer ter vários estilos? Em querer ser cada dia um "coisa" diferente? Eu posso usar preto num dia e branco no outro, posso gostar de rock pesado e de música clássica sem tender totalmente para nenhum dos dois lados. Por isso é legal estar aberto as pessoas, estar aberto a perceber o quão surpreendentes as pessoas podem ser, sem que você tente prevê-las antes.
Quem reclama que não se surpreende com nada é porque imagina demais!
Os contrastes e paradoxos da vida são o que dão graça ao dia-a-dia. Não vale a pena ser uma coisa só o tempo todo, é chato e cansativo.
Que fique bem claro que eu não estou falando de personalidade, mas sim de estado de espírito/gostos/humor/opniões...
Eu não sou uma constante, sou uma variável beeem variante, mas isso não me impede de ser completamente determinada e segura dos meus conceitos, só significa que eu aceito que posso mudar de idéia as vezes.
Aproveitando o assunto "rótulos", eu digo que esse blog é totalmente sem rótulos! Há liberdade total aqui, liberdade para fazer textos de desabafo (como esse), críticas a filmes/livros/músicas, poesia, textos fúteis e mais todas as outras coisas possíveis. Não esperem nada certinho, pois a idéia é ser imprevisível! E pra ser sincera, eu acho que assim fica muito mais verdadeiro.