9 de jan. de 2015

Mais um poema que não vai mudar o mundo

Eu queria fazer dele poema,
E com a minha pena fazer de papel seu corpo forte.
Eu tentei argumentar.
Explicar que não tenho sorte.
Que sou sem jeito
E que se ele olhasse assim de pertinho viria um milhão de defeitos.
Ele gostava de me deixar encabulada.
E quanto mais eu corava mais ele gargalhava,
E eu só ficava agoniada.
Ele não via graça na minha poesia.
Pra qualquer tópico de rede social eu perdia.
Ele não achava minhas palavras bonitas.
Por isso nem fiz questão de mostrar aquelas que nunca foram ditas.

7 de jan. de 2015

Da expressão "deixando de ser trouxa"

No dia em que eu percebi que eu era apenas tua vaidade me libertei das amarras.
Abri os olhos e não te queria mais. Foi quase instantâneo.
Pois quem quer bem transborda. Transparece. E você mal aparece.
No dia em que eu entendi como você precisava de mim a fotografia mudou de ângulo.
Enxerguei com os teus olhos e eles só alcançavam o próprio eixo.
Foi então que entendi que nunca foi sobre mim, mas sempre sobre você.
Foi então que entendi o bem que te causava a cada mal que você fazia a mim.
Foi então que percebi o quanto você era patético.
Pensei em rasgar as cartas e mudar de endereço, mas preferi deixá-las ali sem resposta. Com o tempo elas iam chegando e somavam-se aos teus telefonemas.
Cansei de enaltecer o seu ego  e tratei de curar o meu.
E daqui pra frente sempre que quiser questionar minhas atitudes sugiro que pense no quanto são parecidas com as suas.

3 de jan. de 2015

Auto proteção

Ela se fecha.
É a reposta após uma  abertura brusca.
Na procura por solo firme ela afunda em areia movediça.         
Cada passo mais presa.
Cada movimento menos controle sobre si.