9 de abr. de 2010

Sobre um dia de sonhos

Sinto o vento, sinto o cheiro da chuva, sinto o frio na minha pele.
No corpo um velho agasalho, nos pés um par de pantufas e na caneca um café recémpassado.
Aconchego, é o que eu sinto agora.
Se eu pudesse montar um cenário, seria esse: a chuva batendo no telhado, uma cama quentinha, um cobertor grosso, uma caneca de café e você do meu lado. Nós conversariamos sobre coisas banais, como a moça faladeira que sentou do meu lado no ônibus, e também sobre coisas importantes como as notícias do jornal (deixando de lado as tragédias, pois não convém falar delas agora). Depois você me beijaria delicadamente, e nós adormeceríamos abraçados; os nossos corpos trocando calor, os teus pés aquecendo os meus e os meus pés aquecendo os teus.
Pela janela nós veríamos aquele imenso e famoso relógio, cartão postal dessa cidade chuvosa, ele seria a nossa única prova de que o tempo continua passando, embora dentro do nosso quarto ele esteja parado.

Mesmo com essa vista fascinante, a imagem que eu guardaria seria você dormindo. Os seus cabelos claros cairiam displiscentes pela testa, os seus olhos apertados com força (seria um sonho ruim?), a sua boca entreaberta e a respiração saindo levemente. Eu não resistiria, e beijaria bem de leve o seu queixo, a sua expressão se suavizaria e você, sorrindo, me puxaria para mais perto.
Aconchego, seria o que eu sentiria nesse momento.

PS: Porque as vezes, valorizar os pequenos momentos vale muito mais.

2 comentários:

Eneida Freire disse...

É fundamental a valorização de todos os momentos, até mesmo porque se não valorizarmos as pequenas coisas, não saberemos apreciar as grandes!
Beijo!

Eneida Freire disse...

Ah, te linkei no meu blog de pensamentos:
http://tengacreencia.blogspot.com
Beijo!