Sinto o vento, sinto o cheiro da chuva, sinto o frio na minha pele.
No corpo um velho agasalho, nos pés um par de pantufas e na caneca um café recémpassado.
Aconchego, é o que eu sinto agora.
Se eu pudesse montar um cenário, seria esse: a chuva batendo no telhado, uma cama quentinha, um cobertor grosso, uma caneca de café e você do meu lado. Nós conversariamos sobre coisas banais, como a moça faladeira que sentou do meu lado no ônibus, e também sobre coisas importantes como as notícias do jornal (deixando de lado as tragédias, pois não convém falar delas agora). Depois você me beijaria delicadamente, e nós adormeceríamos abraçados; os nossos corpos trocando calor, os teus pés aquecendo os meus e os meus pés aquecendo os teus.
Pela janela nós veríamos aquele imenso e famoso relógio, cartão postal dessa cidade chuvosa, ele seria a nossa única prova de que o tempo continua passando, embora dentro do nosso quarto ele esteja parado.
Mesmo com essa vista fascinante, a imagem que eu guardaria seria você dormindo. Os seus cabelos claros cairiam displiscentes pela testa, os seus olhos apertados com força (seria um sonho ruim?), a sua boca entreaberta e a respiração saindo levemente. Eu não resistiria, e beijaria bem de leve o seu queixo, a sua expressão se suavizaria e você, sorrindo, me puxaria para mais perto.
Aconchego, seria o que eu sentiria nesse momento.
PS: Porque as vezes, valorizar os pequenos momentos vale muito mais.
2 comentários:
É fundamental a valorização de todos os momentos, até mesmo porque se não valorizarmos as pequenas coisas, não saberemos apreciar as grandes!
Beijo!
Ah, te linkei no meu blog de pensamentos:
http://tengacreencia.blogspot.com
Beijo!
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