26 de out. de 2010

-Ela parece triste

-Impressão sua, ela é a garota mais alegre que eu já conheci.
-É o que ela quer mostrar. Mas tem algo sobre ela...um certo ar de tristeza. Eu não saberia dizer ao certo o que é.
-Ela deve ter algum problema.
-Ela tem, vários.
-Mas isso é normal, todos temos problemas. Eu tenho certeza que ela vai conseguir resolvê-los.
-Ela vai resolver os seus problemas. Assim que consertar os problemas do resto do mundo.
-Como assim?
-Você não vê? Ela se esconde nas dificuldades das outras pessoas, sentindo tanto por cada uma delas, que fica quase impossível olhar para si e organizar seus sentimentos. é um disfarce. Um disfarce e um escape.
-E como você percebe isso?
-É só olhar os olhos.
-Os olhos dela? Mas eles estão sempre tão distantes...
-E por isso eles enganam. Mas é só olhar com atenção, ela consegue interpretar uma personagem com cada partezinha do seu corpo, exceto com os olhos. Ela não sabe fingir com eles, por isso ela os desvia.
-Nossa, eu nunca tinha reparado isso. Mas agora, avaliando desse jeito, eu vejo que tens razão. Então, o que fazer para ajudá-la?
-Nós? Nada. Só podemos esperar.
-Mas e os problemas dela, quem vai resolvê-los?
-Eu não acho que tenham solução. As soluções sempre envolvem outras pessoas. Mas um dia ela vai ser obrigada a olhar pra dentro, e tentar pelo menos entender o vulcão de emoções que fervilha no seu interior, e que ela faz o máximo para esconder.
-E depois disso, você acha que o ar triste some?
-Não, essa tristeza já é dela. Agora não tem mais volta.

23 de out. de 2010

'carregue ela e finja que você vai jogá-la na piscina, ela vai gritar e te bater, mas secretamente ela vai amar. segure sua mão enquanto você conversa, segure sua mão enquanto você dirige; apenas segure sua mão. diga que ela está linda. olhe em seus olhos enquanto você fala com ela. nunca a machuque. proteja ela! conte piadas idiotas para ela. faça cócegas nela, mesmo que ela te mande parar. quando ela começar a te xingar diga que a ama. deixe-a adormecer em seus braços. deixe-a brava, em seguida, beije-a. provoque ela. deixe ela te provocar de volta. beije-a na bochecha. beije-a na testa. apenas beije-a. deixe-a vestir suas roupas. Va devagar. nao force nada. e quando você se apaixonar por ela, diga!

enquanto ela segura suas mãos, brinque com seus dedos. Quando ela estiver com o rosto perto do seu e olhando nos seus olhos, não se demore, beije-a. Quando ela te bater ou te chutar ou estiver com raiva de você, segure ela firme e abrace-a. Quando ela estiver quieta, ela está pensando em como te dizer que te ama. Quando ela te ignora, ela quer toda sua atenção. Quando ela quer ir embora, segure ela pela cintura e nunca deixe ela ir. Quando você a vê muito mal, diga o quão maravilhosa e especial ela é para você. Quando ela grita com você, grite de volta que a ama se o sentimento for verdadeiro. Quando ela está com medo, abrace-a e diga que está tudo bem, pois você com ela. Quando ela está preocupada com algo, beije-a e diga para ela não se preocupar. Quando ela virar as costas ou fugir de você, corra atrás dela e pegue-a pela mão. Quando ela está envergonhada, fale: eu te amo.'

21 de out. de 2010

'E assim, aos poucos ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário... por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.'
Caio F. Abreu

7 de out. de 2010

Querido Edu,


Eu desisti de você, simples e rápido assim.
Desisti, e dessa vez é de verdade. Desisti porque estou cansada. Cansada da tua bipolaridade desenfreada, cansada do teu egoísmo que sempre me põe em último plano, cansada de me culpar por não ser boa o suficiente pra você, cansada de esperar pela tua boa vontade.
Eu faço questão que você saiba que é o culpado por nós estarmos perdendo isso. Você complicou tudo com o teu medo de sentir, de se entregar. E eu? Eu não senti medo. Eu que sempre recuo e me escondo no casulo, me entreguei a essa relação unilateral. Mas quando você cair na real e tentar, a qualquer custo, fugir da solidão, não conte comigo. Você achará outras, com toda a certeza. Mas elas não serão nem parecidas comigo, e ainda que se negue a acreditar você sabe disso.
Às vezes eu acho que você é alérgico à sentimentos, ao amor, à mim. E parece que não há remédio que cure isso. Eu quis te dar tanto, mas tanto, e você nunca aceitou. Sempre arranjando motivos para se manter o mais distante possível. Dessa vez eu não tentarei te guiar de volta ao meu caminho. Eu não achei ninguém para ocupar o seu lugar, não ainda. Mas eu achei outra coisa, achei liberdade, amor próprio e vida; eu tinha me esquecido do quanto isso é bom.
Talvez você ria quando ler isso, e eu não te culpo, fui eu quem te deu motivos o suficiente para pensar assim, sempre voltando atrás nas minhas decisões. Mas desta vez é diferente, você fica e eu vou, e não ao contrário. Você ainda não percebeu que eu já fui, e nem que você ficou, mas você vai perceber. Eu não vou sentir sua falta, não dá pra sentir pelo que nunca se teve. Mas você vai sentir a minha, pode demorar, mas eu sei que vai. Porque sim, você me teve, me teve na palma da sua mão todo esse tempo, e ainda assim não conseguiu enxergar.
Eu vou preencher o seu vazio com o máximo de coisas e pessoas que eu puder, camuflando e escondendo, para que todos vejam o quanto eu pareço bem. Por dentro é mais complexo, mas não tem problema, eu fujo de mim. Fujo desse coração inconseqüente até que ele se recomponha e junte todos os pedaços. Não se preocupe, ninguém vai ver isso, nem você. É um procedimento muito pessoal, e eu vou precisar de um tempo sozinha para conseguir colar todos os pedaços; enquanto não consigo, eu me refugio nas minhas atitudes auto-destrutivas.
Te culpo por ter me desiludido.
Me culpo mais ainda por ter me iludido sozinha.
Com todo o amor que um dia eu poderia te dar,
Cecílie